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  • Foto do escritorPr. Davi Merkh

Famílias Perfeitas?

Atualizado: 2 de abr. de 2020


Vindo de uma família muito atribulada na minha infância e adolescência, sempre sonhei em ter uma família perfeita. Não demorou muito (foi na nossa lua de mel!) que eu descobri que eu e minha esposa não seríamos aquela família (muito mais por minha culpa do que a dela!).

Apesar dos sonhos encantados de muitos noivos, a família perfeita não existe, e nunca existiu.

Então devemos desistir da família? Não! Talvez não seja possível ter uma família perfeita, mas podemos ser uma família que sabe perdoar uns aos outros, e estender a esperança do perdão às pessoas ao nosso redor.

Sem o perdão nunca teremos uma família feliz. Sem o perdão, ressentimentos e ira ficam submersos debaixo da superfície do lar. Assim como o iceberg que naufragou o Titanic, mais cedo ou mais tarde essas mágoas afundam a família. Temos que aprender a perdoar, através da experiência de sermos perdoados. Somente os perdoados conseguem perdoar. Perdão exige uma obra sobrenatural no coração humano. Vingar-se é humano; perdoar é divino.

Deus nos ensina a perdoar por meio do perdão que nos oferece em Cristo Jesus. Como recebemos esse perdão? Há alguns passos simples e básicos, mas essenciais, claramente traçados na Palavra de Deus:

1) Reconhecer sua necessidade de perdão.

O padrão de Deus é alto. A Bíblia nos diz, “Sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste” (Mt 5:48). Infelizmente, esse padrão é infinitamente além do nosso alcance pois “todos pecaram, e carecem da glória de Deus” (Rm 3:23). Pecar significa errar o alvo. Todos nós erramos o alvo de perfeição estabelecido por Deus. Quebramos a lei de Deus. Somos culpados.

2) Reconhecer que você está perdido sem o perdão de Deus. Deus também diz, “O salário do pecado é a morte...” (Rm 6:23). Infelizmente, muitas pessoas hoje estão mais preocupadas com paz, prosperidade e poder do que com o perdão dos seus pecados. São como passageiros de um navio naufragado, descendo até as profundezas do mar, preocupados em resgatar roupas, cosméticos e joias em vez de clamar por um salva-vidas! Sem o perdão de Deus estamos perdidos, destinados à morte eterna.

3) Somente através do sacrifício de Jesus é que somos perdoados por Deus: “Aquele (Jesus) que não conheceu pecado, ele (Deus) o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus (2 Co 5:21). “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16). “Não há condenação para aquele que está em Cristo Jesus” (Rm 8.1). Jesus sofreu o castigo de uma separação infinitamente dolorosa do Seu Pai, para que nós não tivéssemos que sofrer uma separação eterna dEle. A justa ira de Deus contra meu pecado caiu sobre Jesus. Ele absorveu o aguilhão do pecado que é a morte em meu lugar.

4) A ressurreição de Jesus concede nova vida. A morte não pôde segurar o Filho de Deus! Sua ressurreição prova de uma vez por todas que meus pecados realmente podem ser perdoados: “Cristo morreu pelos nossos pecados ... e ressuscitou” (1 Co 15:3,4). “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim ... vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl 2:20). Se sequer um pecado tivesse ficado na conta de Jesus, Ele não teria ressuscitado e eu nunca poderia ter certeza do perdão.

5) Somente quando confiamos exclusivamente em Cristo é que recebemos o perdão dos pecados. “Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé ... não por obras” (Ef 2:8,9). “Crê no Senhor Jesus, e serás salvo” (At 16:31). “Para que todo o que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16). Crer em Cristo significa lançar sobre ele todo o seu pecado, e a sua esperança pelo perdão e um destino no céu; não somente acreditar que existe um bote salva-vidas, mas entrar nele! Crer significa encontrar-se diante do abismo do inferno – justo destino dos pecadores rebeldes – e lançar-se sobre a única Ponte que é Cristo Jesus. Aquele passo de fé sobre o abismo com esperança em Cristo une dois elementos essenciais para a salvação: Arrependimento (virando as costas para tudo em que confiava para sua salvação) e fé (confiança única e exclusivamente em Cristo Jesus e somente Cristo para seu perdão). Sendo assim, somente Cristo é glorificado e o Pai fica satisfeito.

Todos que procuram salvar a si mesmos pelas suas boas obras são eternamente enganados. Deus não compartilha Sua glória com ninguém, e não permitirá que pecadores arrogantes se vangloriem no céu como se a salvação fosse obra deles (Ef 2.8,9).

O que você faz com seu pecado determinará seu destino eterno! Há somente duas opções: Abraçar o perdão oferecido pela obra de Jesus em sua morte e ressurreição como pagamento do seu pecado, ou pagar, você mesmo, o castigo de uma eternidade separado do Criador. Não se paga pelo mesmo crime duas vezes; ou você aceita o pagamento que Jesus fez quando declarou na cruz “Está pago”; ou você mesmo tenta pagar durante toda a eternidade. Esse é o Evangelho de Cristo.

“Quem ouve a minha Palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não será condenado, mas já passou da morte para a vida” (Jo 5:24).

E a família? Quem recebe o “dom gratuito” de perdão por meio de Cristo, ganha condições de viver em família como perdoado e perdoador: “Sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou” (Ef 5:32). Somente os perdoados conseguem transmitir perdão!

Quem nunca sondou as profundezas da sujeira do seu próprio coração; quem nunca se viu como miserável pecador; quem nunca experimentou o perdão total em Cristo Jesus, não será capaz de perdoar aos outros. Será um juiz, intolerante, implacável, arrogante e orgulhoso. Mas aquele que vive como perdoado será capaz de estender, pelo Espírito de Deus, perdão aos que convivem com ele.

Viver em família e criar filhos nestes dias exige coragem, sim. Mas podemos contar com a graça de Jesus, que nos capacita para amar e perdoar.

Que Deus nos conceda famílias felizes – não perfeitas – porque são perdoadas e sabem perdoar.

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